sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Como guardar o Shabat.


• Tópico 1: Como guardar o Shabat
• Tópico 2: Leis acerca do Shabat e tradições recomendadas

TÓPICO 1: Como Guardar o Shabat

     Introdução: É inegável que o domingo como dia de descanso é uma farsa, e cada vez mais esta doutrina criada pela igreja romana enfraquece. O descanso do shabat tem conquistado mais pessoas, as quais já não toleram todos os dogmas romanos que se tornaram a base de todo o cristianismo. Enquanto uma ala de cristãos é levada pela onda da apostasia e do engano, um grupo se destaca pela busca da verdade, e estas instruções acerca do shabat se destinam a este grupo.

A Mizvá (mandamento) do Shabat: O Shabat é um mandamento obrigatório para o povo judeu, mas acessível aos gentios que se converteram ao Eterno através do Messias Yeshua. Yaacov (Tiago), irmão de Yeshua, que liderava a comunidade judaica que seguia os ensinamentos do Mashiach, no primeiro século, anunciou a decisão dos líderes em não impor aos gentios todas as leis e obrigações da Torah, mas especificamente as leis noéticas. O texto diz: “Mas envie uma mensagem a eles, para que se abstenham da contaminação das imagens de idolatria, e das relações sexuais ilícitas, e dos animais mortos sem o derramamento de sangue (estrangulados), e do sangue” (Atos 15:20). Porém Tiago, cujo nome em hebraico é Yaacov (Jacó), nem imaginava que alguém iria sequer questionar o shabat e muito menos propor que o primeiro dia da semana (domingo) deveria substituir o sétimo dia da semana, com o argumento de que o Mashiach havia ressuscitado naquele dia. Esta doutrina com fraca sustentação bíblica e histórica foi estabelecida às custas da imposição romana e das interpretações bíblicas tendenciosas. O que mais impressiona é a manutenção deste dogma nos dias atuais apesar do seu esvaziamento, já que quase ninguém observa o domingo como dia de descanso. Continuando o texto do livro de Atos, Yaacov (Tiago) disse: “Porque Moshe desde os tempos antigos tem descendentes em cada cidade que proclamam o que é lido todos os sábados nas sinagogas” (Atos 15:21). O que ele estava dizendo era que ao frequentar as sinagogas no sábado, os gentios poderiam receber instruções acerca de outros mandamentos da Torah e obviamente colocá-los em prática, especialmente aqueles que embora não fossem obrigatórios, eram acessíveis aos gentios. Com isto, os convertidos entre os gentios poderiam adquirir um padrão espiritual mais seguro e próximo do Eterno.
     O que Yaacov (Tiago) nunca imaginou era que alguém, por mais absurdo e arbitrário que pareça ser, iria um dia anular a observância do shabat e estabelecer outro dia de descanso, mas infelizmente isto aconteceu através dos desvios da igreja romana. Não é de admirar, pois até o seu nome Yaakov (em hebraico), foi mudado para Tiago em português e James em inglês.

     Os Judeus que seguiam os ensinamentos do Mashiach Yeshua e os B'nei Noach reuniam no Shabat e não no domingo: No primeiro século, os gentios reuniam aos sábados nas sinagogas e posteriormente nas casas, rezando e estudando as escrituras e as cartas dos apóstolos. Certamente muitos na época passaram a guardar o Shabat. Os textos que relatam isto são traduzidos equivocadamente e tendenciosamente como “primeiro dia da semana”, quando em grego e nas línguas semitas é “num sábado”, ou “sábado à noite” quando se refere ao 'partir do pão', que incluía o vinho que era bebido em memória do sacrifício do Mashiach. Em Atos 20:7, por exemplo, o Rabino Shaul (Paulo) após partir o pão, ensina até a meia noite do sábado e alonga a sua ministração até as 6 horas da manhã do primeiro dia da semana, conhecido hoje como domingo, já que nesta época o domingo começava ao nascer do sol e não a meia noite como ocorre nos dias atuais. No versículo seguinte (8), relata as tochas acesas na varanda onde eles estavam, fato este relacionado à cerimônia de Havdalá que ocorre ao pôr do sol do sábado e marca a separação do shabat para o primeiro dia judaico da semana, que começa no sábado após o pôr do sol. O termo grego usado é “Mia Ton Shabatton” que pode ser traduzido como “um dia de sábado” ou no que se refere ao partir do pão, ao tempo logo após o shabat, no sábado à noite. Mesmo que se refira ao sábado à noite, está claro que os discípulos estavam reunidos durante o sábado e após a havdalá partiam o pão (sem fermento) e bebiam o vinho em memória do sacrifício do Mashiach. Contudo, mesmo a cerimônia do partir do pão que ocorria após a havdalá não pode ser atribuído ao domingo, pois este dia falsamente estabelecido pela igreja romana começa a meia noite do sábado, e na época como já foi dito, começava as seis horas da manhã do domingo atual.
     Apesar de o shabat não ter sido estabelecido pelos seguidores de Yeshua do primeiro século como uma obrigação para os gentios, era inegavelmente o dia quando todos, judeus e gentios, se reuniam para se dedicarem ao serviço ao Eterno, lendo, estudando, rezando, orando e prestando culto a D’us. Na época, para Yaakov (Tiago) e todos os emissários (shaliach), a observância do sábado era algo tão natural que nem passava pela cabeça deles que um dia isto seria mudado de forma tão arbitrária, a fim de satisfazer as ambições de um líder religioso (Constantino) que visava à implementação de uma nova religião de caráter universal, usando a história do Mashiach e de seus seguidores, e ao mesmo tempo, agregando costumes de outras religiões, a fim de facilitar ao máximo o ingresso de novos adeptos.

     Estava nascendo a igreja romana, com uma visão universal (católica) e tendo como base os escritos apostólicos interpretados segundo suas conveniências.

     Em Yeshayahu (Isaías) 56:3-7, O Eterno diz que o estrangeiro que se unir a Ele e observar o shabat, será levado à Sua casa de oração, onde Ele se alegrará com eles, e Seu templo será chamado de: Casa de Oração para todos os povos. E até os eunucos que observarem o shabat, receberão, entre outras coisas, um nome perpétuo que nunca se apagará.

     Perguntamos por que a reforma protestante não resolveu este problema, e como conseqüência vários seguimentos da igreja protestante (evangélica) estão se afastando da sã doutrina e ensinando um “evangelho” de facilidades, bem diferente da proposta e visão passadas aos emissários pelo próprio Mashiach. A resposta é simples, primeiro a reforma se baseou numa teologia que já estava desviada em muitos aspectos, e desta forma apenas reformou alguns pontos, sem, no entanto, se dar ao trabalho de fazer uma plena restauração. Segundo, a reforma protestante teve como base a teologia romana e acabou formulando novas doutrinas com o 'vírus do engano', sem a preocupação de buscar a verdade mais essencial das palavras do Mashiach e dos seus emissários (apóstolos). E terceiro, é o surgimento nos nossos dias de uma liderança mais preocupada em seus interesses e sonhos pessoais do que em fazer de fato a vontade do Eterno. Mas, em meio a toda esta apostasia, surgem também líderes que sentem a necessidade de uma restauração, e não se vêem mais obrigados a aceitarem dogmas e doutrinas que estão muito distantes das verdades bíblicas, sendo meramente costumes e tradições de homens.

     Yeshua também guardava o Shabat: Porém, ele mostrou para os fariseus que a vida é mais importante do que o preceito, ensinando que no shabat pode haver curas, como também socorrer alguém em caso de necessidade. Este conceito ensinado pelo Mashiach predomina hoje entre todos os judeus. Yeshua é Senhor do shabat, porque ele é o instrumento do Eterno para trazer shalom sobre a terra no Shabat Gadol (grande shabat), no milênio de paz, além de ser o portador oficial da palavra do Eterno. 

     O Povo Judeu e o Shabat: O povo judeu também passou por várias transformações, e alguns ainda não estão conectados espiritualmente, porém O Eterno está trabalhando e preparando uma restauração espiritual para toda a nação de Israel, o que se dará através da revelação do Mashiach. Isto ocorrerá de forma sobrenatural e sem intermediários, com uma revelação do espírito do Eterno que levará a nação de Israel ao conhecimento do Masiach Yeshua. Sabemos que O Eterno preserva Israel, e que o testemunho de Yeshua dá aval para a restauração espiritual de Israel, porém um dos instrumentos fundamentais usados pelo Eterno para guardar Israel da assimilação foi o shabat, e acerca disto alguém disse não saber se são os judeus que guardam o shabat ou se é o shabat que guarda os judeus, tamanha é a importância da observância deste mandamento. 

     O Shabat não é um tempo de inércia: O shabat não é de forma alguma um momento de inércia, mas de mudança de trabalho, ou seja, paramos de investir no mundo físico e secular para nos conectamos com o Olam Habá, o mundo vindouro e espiritual. Alguém disse que o shabat é um “templo no tempo” e como todas as festas bíblicas, um ponto de contato e conexão do Olam Hazé (mundo físico) com o Olam Habá (mundo vindouro). Sendo assim, alguns trabalhos que são efetuados durante os seis dias da semana são proibidos no Shabat, a fim de investirmos no nosso relacionamento com o Eterno e com o Reino Celestial.

     Então, por tudo isto, o meu conselho é que todos guardem o Shabat. Os judeus como uma obrigação maravilhosa, pois o Shabat é um presente e uma bênção concedida pelo Eterno; e os gentios, embora não sendo obrigatório, que observem o shabat desfrutando do banquete espiritual que O Eterno reserva a cada semana para aqueles que escolhem fazer a Sua vontade, e ao mesmo tempo se livrem das práticas pagãs como o falso descanso do domingo. Atribuir ao domingo uma origem pagã não é arbitrário, mas tem aval histórico e espiritual, pois este costume está fundamentado na prática idólatra pagã que venerava e homenageava ao falso deus sol, que na época estava revestido do mitraísmo, tendo como alvo o ídolo Mitra.

     O que agrada ao Eterno? A observância das mitzvot (mandamentos) é o que agrada ao Eterno. Quando erramos e nos arrependemos de verdade, o Eterno pode se comover, nos perdoar e usar de misericórdia conosco. A benção, porém, é resultado de nossa obediência à Ele, que atrai sobre nós vários benefícios. Se o arrependimento genuíno pode comover O Eterno, é a obediência às mitzvot (mandamentos) e à Sua vontade que realmente O agrada. Devemos, porém, obedecê-Lo por amor, com o objetivo de permanecermos próximos a Ele e não meramente no intuito de obter algo em troca. As bênçãos virão, mas elas são uma consequência e não a razão principal do nosso serviço a D’us.

     Os gentios que querem guardar o Shabat: Quanto a você que não é judeu, mas que quer observar o shabat, faça antes uma aliança com o Eterno tendo como aval o nome do Mashiach Yeshua, e se comprometendo a não exercer um trabalho secular no shabat. Isto envolve renúncia e auto-sacrifício, mas resulta em muitos benefícios tanto espirituais como alguns relacionados a nossa vida neste mundo. De forma nenhuma, porém, seja leviano com O Eterno, e só faça esta aliança quando tiver a plena certeza de que vai cumprir a Sua palavra, pois O Eterno não se agrada de pessoas que prometem e não cumprem. Em tudo seja fiel e obediente e siga o exemplo do Mashiach Yeshua, que demonstrou uma atitude de auto-sacrifício extremamente grande a fim de obedecer ao Eterno e cumprir sua missão. Em Eclesiastes 5:04 há uma advertência ao cumprimento dos votos que fazemos ao Eterno, pois Ele não se agrada de tolos. Se em algum momento houver um descumprimento que não seja justificável, então busque ao Eterno em arrependimento e clame a misericórdia Dele, e se Ele lhe conceder perdão, então volte à prática do shabat e desta vez com uma fidelidade ainda maior. Lembrando que podemos descumprir uma regra do shabat para socorrer uma pessoa, e nestes casos a justificativa é apropriada.

     Seja fiel até o final, mesmo quando guardar o shabat for um sacrifício que exige algumas renúncias. Não se esqueça, entretanto, que a decisão é sua, e você deve ponderar antes, a fim de fazê-la com plena certeza, sem precipitação, mas com genuína fé. Às vezes é necessário ter um tempo de preparação, orando para que O Eterno abra portas e esperando o tempo certo para adotar a obediência a este mandamento, especialmente porque isto envolve uma mudança de trabalho. É sumamente importante fazer tudo não por imposição, mas pela direção do espírito do Eterno.


OS PRIMEIROS PASSOS:

1. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e prolonga-se até o pôr do sol do sábado (disponibilizamos os horário no nosso site).

2. Durante a sexta-feira deve-se preparar as refeições para o jantar à noite e para as outras refeições no sábado até o pôr do sol, já que não se deve acender fogo no shabat.

3. É importante se preparar antes de começar o shabat, a fim de estar livre um pouco antes do pôr do sol da sexta-feira para esperar a sua chegada.

4. Antes do pôr do sol da sexta-feira nas casas judaicas, a esposa e as filhas acendem pelo menos duas velas, recitando a seguinte bênção: “Barúch Atá Hashem, Elokênu Mélech haolám, ashér kidshánu bemitsvotáv vetsivânu, lehadlík nér shél shabát” (Bendito sejas Tu Eterno, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com Seus mandamentos e nos ordenaste acender as luzes do Shabat). 
* Os acentos nas palavras transliteradas do hebraico são para ajudar na pronúncia.

5. O jantar da sexta à noite é especial, pois o shabat é uma festa. Todos da casa devem se vestir bem e celebrarem juntos a chegada do shabat, cantando algumas músicas e recitando algumas b’rachot (bênçãos) antes do jantar. Antes de dormir é apropriado ler as palavras do Eterno e buscar uma aproximação com o espírito Dele, além de fazer as rezas (orações) contidas no sidur (livro judaico de rezas/orações).

6. No sábado de manhã vamos à sinagoga para fazer as rezas (orações) da manhã e estudarmos a porção semanal da Torah (parashá). Caso não participe de uma congregação que guarde o shabat, então ore com sua família e faça estudos da palavra do Eterno, lendo a parashá semanal, a haftará e os textos da B’rit Chadashá. Após o almoço é um bom tempo para descansar e à tarde pode retomar o estudo e as rezas.

7. Em algumas sinagogas como a nossa, no sábado após o serviço da manhã, temos atividades até o pôr do sol, e as pessoas vão para casa após a cerimônia da havdalá que separa o shabat do primeiro dia da semana, segundo o calendário judaico. Mas, como falamos, caso não esteja em uma congregação, tome tempo para estudar a Torah com sua família e individualmente, e descanse um pouco também. Se estiver em uma congregação, mas não houver atividade à tarde, então volte para casa, almoce, durma um pouco e depois continue os estudos com sua família, ou simplesmente converse acerca de coisas relacionadas ao Reino dos Céus.

8. Ao pôr do sol do sábado, agradeça ao Eterno pelo shabat e reze (ore) para que a semana seguinte seja abençoada. Nas sinagogas se faz uma cerimônia que é conhecida como havdalá.

Relembrando algumas coisas importantes acerca do shabat:

1. Não acender fogo;

2. Não trabalhar, no sentido de qualquer trabalho secular;

3. Estudar a Torah (parashá da semana), a haftará (porções dos livros dos profetas) e textos da B’rit Chadashá;

4. Se preparar antes de começar o Shabat;

5. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e termina no pôr do sol do sábado;

6. Orar pela semana após o pôr do sol do sábado;

7. Quem guarda o Shabat agrada muito ao Eterno;

8. O Shabat é um memorial da criação do mundo, anunciando que O Eterno criou a Terra e o Universo e tudo que neles há;

9. Dê os primeiros passos e pouco a pouco você irá aperfeiçoar sua observância do shabat, mas nada ocorrerá se você não der os primeiros passos.

Livros recomendados:

Torá ou Bíblia Hebraica (Tanach): Editora Sêfer

Quanto às traduções bíblicas, leia o texto abaixo:

“A Torah e o Tanach podem ser adquiridos na editora Sêfer ou na loja virtial da Beit El Shamah. O Tanach (Bíblia Hebraica) tem algumas interpretações equivocadas, como acontece com Isaías 53 que é uma profecia que aponta para o Mashiach  e tem “Israel” entre parênteses, o que de certa forma induz à interpretação de que a profecia se refere a Israel como nação. A Torah (capa azul) tem ótimos comentários que ajudam a compreensão do texto, mas é preciso sempre saber discernir o que é dito. Estas são as melhores traduções disponíveis hoje. Estamos traduzindo a B'rit Chadashá tendo como referencial os textos semitas (hebraico e aramaico) e uma tradução literal do grego. Com isto, erros de copistas e traduções tendenciosas serão corrigidos, a fim de tentar fornecer uma versão mais perto do original. Quando estiver pronto disponibilizaremos no site”.

“No serviço ao Eterno, não importa se a sua obra é grande ou pequena,
o que realmente importa é que você faça a sua parte” 
Marcos Andrade Abrão

TÓPICO 2: Leis acerca do Shabat e Tradições recomendadas

     A obrigatoriedade da guarda do Shabat é para o povo judeu, mas os não-judeus que guardam o Shabat, além de agradar ao Eterno, também recebem os benefícios da obediência deste preceito.

     A Torah cita diretamente duas atividades que não podem ser executadas durante o Shabat, são elas: trabalhar e acender fogo. 

     "Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo. Seis dias trabalharás e farás tua obra, mas o sétimo dia é o Shabat do Eterno, teu D’us, no qual tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, teu animal e teu prosélito que estiver em teus portões, não farão nenhuma obra, porque O Eterno fez os Céus e a Terra, o mar e tudo o que há neles em seis dias e repousou no sétimo dia, e por isso o Eterno abençoou o dia do Shabat e o santificou". Shemot (Êxodo) 20: 08- 11.

     Por isto, não se deve executar obra servil (nem você, nem seus empregados, nem pessoas que estejam debaixo de seu teto), isto é, qualquer atividade que traga benefício próprio, sem conotação espiritual. Isso implica desde o desenvolvimento mental de projetos, até sua execução. Deve-se evitar também atividades que levem à distração como a televisão, o jornal, os esportes, pois tiram o foco do Shabat.

     E com relação ao fogo a ordem é direta:

"Não acendereis fogo em todas as vossas habitações no dia do Shabat". Shemot (Êxodo) 35: 03.

      Além destas, abaixo serão listadas algumas atividades que não devem ser praticadas durante o Shabat tendo como referência a Torah e algumas tradições judaicas complementares. Estas tradições servem como cercas para evitarmos cair no erro de descumprir alguma proibição estabelecida na Torah acerca do shabat.

As Atividades que não devem ser realizadas no Shabat

- “Transportar”: não se deve transportar mercadorias no Shabat, nem que seja para ser vendida após o término do Shabat. Se for para vender algo após o Shabat aconselha-se trazer a mercadoria antes do início dele. Exceção: uma pessoa que deve levar seu uniforme ou farda para o trabalho que iniciará logo após o término do Shabat.

"Assim disse o Eterno: Cuidai de vossas almas e não transporte cargas através dos portões de Jerusalém no dia de Shabat. Que nenhuma carga seja retirada de vossas casas neste dia, e que nenhum trabalho seja por vós realizado; santificai o dia de Shabat como ordenei a vossos pais". Yirmeyahu (Jeremias) 17: 21- 22.

- “Arar”: compreende todas as atividades de preparar o solo para receber sementes ou plantas e também as de remover do solo qualquer coisa que possa atrapalhar o crescimento das plantas.

TRABALHOS: escavar a terra arável, fertilizar o solo, remover pedras do solo e nivelar a terra.

- “Semear”: essa classe contém todas as atividades que promovem o crescimento das plantas.

TRABALHOS: colocar sementes ou mudas em solo receptivo (até mesmo em um vaso de plantas); podar árvores ou arbustos; regar o gramado, plantas ou flores; capinar.

Outros Exemplos: renovar água de um vaso em que estão colocadas flores que foram cortadas de uma planta.

- “Colher”: envolve todas as atividades pelas quais arranca-se flores, frutos ou folhas de seu lugar de crescimento.

TRABALHOS: cortar ou colher flores, grama, folhas, galhos, bagos ou frutas de árvores, arbustos etc. que estão crescendo no solo ou em vaso, com intuito de limpeza ou de produzir algo.

Observação: Algumas atividades não são realizadas com freqüência por pessoas que vivem na cidade como, por exemplo, arar, semear, colher etc., mas devem ser observadas, como disse Yeshua em Mateus 5:19 - "Portanto, quem desobedecer à menor dessas mitzvot (mandamentos) e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será chamado o ‘menor’ no Reino do Céu".

- “Fazer Feixes”: abrange qualquer atividade pela qual são juntados produtos naturais, formando uma unidade para algum propósito útil.

TRABALHOS: juntar frutas numa pilha em seu lugar de crescimento a fim de armazená-las ou vendê-las.

Outro Exemplo: coletar ovos no galinheiro.

- “Debulhar”: são as atividades pelas quais um produto natural (sólido ou líquido) é separado de sua casca.

TRABALHOS: descascar nozes, ervilhas etc. para algum propósito que não seja o consumo imediato; espremer frutas (tais como uvas, laranjas, limões, etc.) para consumo imediato pode, desde que seja em pequena porção.

- “Joeirar, Selecionar e Peneirar”: isso abrange todas as atividades pelas quais uma mistura é melhorada, removendo suas partes menos desejáveis.

TRABALHOS: peneirar farinha; retirar espuma do leite (exceto para uso imediato). Exemplo: separar uma grande quantidade de uvas boas de ruins, isso deve ser feito antes do Shabat.

- “Moer”: isso inclui toda atividade pela qual um produto, natural ou outra substância, é dividido em pequenas partículas para sua melhor utilização.

TRABALHOS: moer ou triturar cereais; fatiar frutas ou vegetais (exceto para uso individual e imediato); limar metais; moer ou esmagar substâncias num pilão.

Outros Exemplos: ralar vegetais, queijo etc.

- “Misturar”: contém as atividades pelas quais pequenas partículas de uma substância são combinadas por meio de um líquido, de modo que formem uma massa ou uma pasta. 

TRABALHO: não se deve fazer misturas em grande quantidade para uso coletivo, que constituem trabalho e que demandam tempo. Exemplo: uma massa de pizza. Mas pode adoçar seu café por despender pouco tempo.

- “Tosquiar”: compreende todas as atividades que separam do animal ou do ser humano partes que lhes servem como cobertura externa, como pêlo ou unhas.

TRABALHOS: cortar ou remover (pelos meios apropriados) pêlo, cabelo, unhas, lã ou penas.
Outro Exemplo: Aparar a barba.

- “Alvejar”: inclui as atividades pelas quais, sujeira, poeira ou mancha são retiradas de vestes e peças de roupa ou em que se dá lustro ou brilho ao tecido.

TRABALHOS: pôr tecidos de molho; esfregar, torcer passar a ferro. Evitar tirar manchas a não ser que exija pouco esforço.

Outros Exemplos: escovar roupas; manusear roupas lavadas ainda úmidas (pois poderíamos ser levados a torcê-las); pendurar roupas lavadas (pois poderia parecer que foram lavadas no Shabat).

- “Tingir”: inclui as atividades que muda a cor existente (natural ou artificialmente) de um objeto ou substância.

TRABALHOS: aplicar tintas a um fundo branco em superfícies de paredes etc.; aplicar corantes em roupas.

EXCEÇÃO: Atividades infantis, como pintar e desenhar, que estejam relacionadas ao aprendizado bíblico.

- “Fiar”: inclui a formação de filamentos de matéria-prima por meio de torcer, enrolar ou puxar.

TRABALHOS: manufatura de pelúcia e feltro; fabricação de cordas.

- “Operações de Tecer”: essas categorias compreendem desde a inserção de um fio no tear até a remoção do artigo pronto, bem como alguma outra operação que seja similar no efeito.

TRABALHOS: fazer crochê manualmente ou com equipamentos; bordar; fazer cestos; preguear.

- “Separar em Fios”: isso inclui desfazer um tecido ou outro material separando seus fios.
TRABALHOS: desmanchar qualquer parte de uma roupa tecida cortando um pedaço de algodão ou lã.

- “Costurar”: inclui qualquer atividade pela qual dois materiais (similares ou diferentes) ou duas superfícies são unidos de uma forma permanente.

TRABALHOS: costurar roupas ou outros artigos.

EXCEÇÃO: caso haja um risco à vida. Exemplo: um acidente que ocasionou um corte deve-se costurar a ferida em um hospital.

- “Caçar / Pescar e Abater”: compreende as atividades que dão fim à vida de qualquer coisa viva.

TRABALHOS: matar por qualquer meio (isso se aplica, da mesma forma, tanto a animais como a pássaros, peixes ou insetos); extrair sangue para qualquer propósito (por exemplo, exame de sangue, exceto em caso de doença grave).

EXCEÇÃO: a não ser que seja um animal nocivo e/ou lhe ofereça risco de vida. Exemplo: uma cobra entra em sua casa é permitido matá-la, ou, matar um mosquito da dengue e etc.

- “Escrever”: envolve as atividades de escrever obras seculares e/ou que estejam vinculadas ao trabalho.

EXCEÇÃO: anotar versículos.

- “Construir”: construir ou reparar, melhorando ou tornando habitável/usável qualquer estrutura ou parte dela.

TRABALHOS: toda a gama de operações de construção; nivelar ou polir asperezas ou desigualdades na parede o piso; inserir um prego numa parede; pendurar uma porta; fixar a estrutura ou o painel de uma janela; armar uma tenda.

- “Demolir”: isso inclui a preparação de espaço para operações de construção, demolindo uma edificação existente ou desfazendo qualquer das operações compreendidas nos procedimentos de “Construir”.

- “Acender Fogo”: não pode acender fogo de nenhuma espécie. Êxodo 35:3 Não acendereis fogo em todas as vossas habitações no dia do Shabat.

TRABALHOS: produção de fogo por qualquer meio, incluindo passar a chama de um pavio para outro; abafar o fogo ou aumentar o fluxo do fluido que o alimenta; regular a chama, aumentando-a ou diminuindo-a. 

EXCEÇÃO: equipamentos elétricos podem ser usados para uso pessoal e imediato, se houver necessidade.

     Estas regras não refletem todas as tradições usadas pelo judaísmo tradicional para a observância do Shabat. Existem outras tradições que são seguidas pelo judaísmo ortodoxo. Porém, a Sinagoga Beit El Shamah, analisou todas as tradições à luz da Torah do Eterno, e tomou a decisão por maioria absoluta de adotar estas tradições acima, que estão bem fundamentadas nos preceitos da Torah. É bom lembrar o ensinamento de Yeshua, que prevalece hoje no judaísmo tradicional, de que vida é maior do que o preceito, e assim podemos descumprir algumas regras relativas ao shabat a fim de salvar uma vida.

     Que O Eterno o abençoe e coloque no seu coração o desejo genuíno de guardar o shabat. E que o Eterno o livre dos costumes pagãos que permaneceram até os nossos dias, como a falsa guarda do domingo. E que estejamos preparados para nos apresentar diante do Eterno como servos que não temos do que se envergonhar, mas que fizemos as coisas segundo a orientação da Palavra do Eterno. Sirvamos a D’us e não as doutrinas humanas, formuladas por aqueles cujo coração não estava totalmente inclinado a obediência ao Eterno. Que sejamos imitadores do Mashiach Yeshua, pois é ele que nos dá o exemplo perfeito de como devemos nos relacionar e agir diante do Eterno.

Shalom Adonai.
Glauce Lopes

http://www.beitelshamah.com.br/p/como-guardar-o-shabat.html

Um comentário:

  1. O Natal existe!


    Ivone Boechat


    Vamos supor que nada do que os homens acreditam sobre o Natal fosse verdade?
    Que aquilo tudo que os profetas disseram sobre o nascimento de Jesus, indicando até o local, era somente uma historinha pra nenhum boi dormir na estrebaria mais bonita do mundo. Que o coral de anjos nos céus de Belém, cantando a sinfonia maravilhosa, cuja letra a humanidade inteira sabe cantar (quem não canta é porque não quer, mas sabe) era somente para assustar e desmaiar pastores no campo...

    Vamos supor que os reis magos, vindo de muito longe, do oriente, talvez de Bagdá, carregando presentes caríssimos, era uma propina e que esses cientistas pesquisadores queriam somente passear, usurpando verbas, em jurisdição alheia, nas barbas de outro rei.

    Vamos supor que a fuga da família para o Egito era somente uma excursão para gastar as milhas acumuladas no lombo do burrinho de Nazaré a Jerusalém. Ou que Herodes decretou a matança das crianças só para agradar os aliados da base do seu governo.

    Vamos supor que a Escola que Jesus fundou na Galiléia com educação presencial e virtual, com módulos para o ensino à distância, escrito pelos alunos ou que a sua preocupação ao mostrar a importância do uso correto da rede (web) ensinando a acessar, convidando a Pedro Tiago e João para o seu twiter (segue-me...) ensinando a Pedro a se ligar ao provedor, dando-lhe a senha (Tudo o que ligares na terra...) foi só uma coincidência com a linguagem virtual de hoje.

    Vamos supor que o sermão do monte era uma tese de doutorado, nada mais, e que os valores ensinados eram somente a oportunidade para implantar a merenda escolar, a cesta básica, o vale refeição, o exercício do Pai Nosso supervisionado.

    Vamos supor que as curas maravilhosas, que não foram o foco principal do ministério de Jesus, mas sim o Seu plano de salvação, serviram somente para atiçar a inveja dos políticos milagreiros e que a cruz foi a sentença por um crime político de traição ao poder dos governantes. Se tudo isso fosse uma metáfora, se vivêssemos só esperando a felicidade e a recompensa na Terra, se não pudéssemos comemorar o Natal, porque Jesus não é o Salvador prometido, é um filósofo famoso, com jornada acadêmica encerrada, então poderíamos parafrasear o Apóstolo Paulo:
    “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Coríntios 15:9

    (Educação-a força mágica)

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Glauce Lopes

Glauce Lopes
O D-us de Israel é o que tem todo poder!